sábado, 27 de outubro de 2007

CONVITE À REFLEXÃO

À CLASSE CÊNICA

YARA SARMENTO


O Cumprimento às Leis é a segurança da sociedade, e de cada um de nós.

A dignidade profissional do artista, técnico e do produtor em espetáculos de diversões e a conseqüente reputação positiva/credibilidade da mesma classe junto à sociedade e aos governantes, será resultado do trabalho digno, sério, responsável e competente de cada um dos que integram este segmento.

Desprezar esta importante questão, é contribuir para a visão preconceituosa da sociedade em relação aos profissionais cênicos, e aos artistas em geral, bem como para o descaso das autoridades quanto à ARTE/CULTURA, assim como àqueles que as realizam. Desprezar este importante enfoque é contribuir para a continuidade da marginalização da classe artística. Igualmente, para o desrespeito com o qual temos – por muitos e em muitas ocasiões da trajetória da classe – sido tratados.


Cumprir e fazer cumprir a Lei que regulamenta a nossa profissão – nº 6.533/1978 – é o primeiro e decisivo passo para que possamos ocupar lugar de respeito na sociedade, o qual nós como todos os outros profissionais, merecemos e devemos exigir.

A classe artística, em sua própria proteção, deve procurar contribuir para a Previdência. Fazer plano de saúde e ter sua casa. Pensar nos tempos das vacas gordas e magras. Da juventude e da velhice. Das enfermidades possíveis.

A ARTE – expressão da cultura de um povo – nos ensina a História da Civilização, é a manifestação do espírito/intelecto do ser humano, a expressão do que nele há de melhor, de mais belo e de mais rico. Através da Arte tem sido marcado o grau de evolução dos povos.

As “ARTES DA PALAVRA”, por sua vez, em sua fundamental importância, por espelhar a vida em sociedade, nos mostram a dimensão do estágio social, intelectual, político, histórico, cultural, dessa sociedade em seus vários períodos.

No trabalho com as “ARTES DA PALAVRA” – neste caso, o Teatro, a Ópera, o Cinema, a Teledramaturgia – é nosso papel como profissionais da área em tela, ponderar sobre a importância e a repercussão de tais ações artísticas, as quais tratam – no pensamento expresso pela linguagem – sobre o cotidiano, sobre a condição humana. O espetáculo cênico é um dos veículos essenciais na exposição sobre esse cotidiano.

Portanto, deve-se considerar sobre a responsabilidade dos profissionais cênicos com relação a obra a ser criada/encenada, em razão de que o espetáculo “mexe” com a cabeça do espectador, podendo dar-lhe oportunidades para o auto conhecimento, para o conhecimento, abrindo-lhe portas para a visão de mundo.

Desta forma, o espetáculo, além de aflorar-lhe emoções/a sensibilidade, certamente, contribui para a reflexão, para despertar no público senso crítico, para acender sua consciência política, o que vai impulsioná-lo ao exercício de seus direitos e deveres de cidadania, sem os quais a vida em conjunto torna-se catastrófica para todos e para cada um.


As “ARTES DA PALAVRA” – sabemos – têm tido, historicamente, o poder de mover a sociedade nas mais diversas direções. Aí está a sua força. Os artistas são formadores de opinião.

Isto posto, um dos papéis do profissional cênico, sem dúvida, é o de dar sua contribuição para que a pessoa, ser social/político, no processo de desenvolvimento cultural, seja o decisivo PROTAGONISTA da obra/mundo, que todos nós desejamos poder vivenciar: com paz; justiça; dignidade; solidariedade; generosidade; liberdade; segurança; decência; prazer e alegria. Situação esta a qual nos direciona ao alcance do objetivo de vida do ser pensante: a felicidade.

Tudo começa – acredito – com o respeito que cada um deve a si mesmo como pessoa e como profissional. Assim, também, com o respeito que devemos aos outros, à comunidade da qual fazemos parte.

Com o respeito que devemos ao mundo/planeta no qual vivemos.

Nenhum comentário: